sábado, 1 de setembro de 2012

Secretário da Copa, Ney Campello promete ‘Bahia Fã Fest’ em Feira de Santana e afirma que estado não varrerá para debaixo do tapete as mazelas sociais.


Ney Campello: "Não é verdade o que você está dizendo. O Porto de Salvador já está contratado, as obras já estão em curso e entregue em maio de 2013, portanto antes da Copa das Confederações". Foto: Carlos Augusto (Guto Jads) - Jornal Grande Bahia)


Durante o 8º Fórum Regional Copa Bahia 2014, realizado nesta quinta feira (30/08/2012), em Feira de Santana, Ney Campello, Secretário Estadual da Copa, concede entrevista exclusiva ao jornalista Carlos Augusto, Diretor do Jornal Grande Bahia. Durante a entrevista, Campello discorre sobre os problemas sociais, investimentos públicos e a escolha e Feira de Santana para sediar o ‘Bahia Fã Fest’, evento que emula o “FIFA Fan Fest”. Ainda durante a entrevista, Capello reconhece que até 2014 não será possível realizar tudo que está projetado em termos de infraestrutura.
Jornal Grande Bahia – O senhor falou sobre questões essenciais, como mobilidade, combate a pedofilia, entre outros temas. Eu lhe pergunto, com relação à estrutura, existe ocupação irregular de vias? Chegando a Salvador eu vi favelas sendo construídas as margens da BR 324, na outra rodovia que também é privatizada, que liga o aeroporto, ocupações irregulares de pessoas que vendem produtos, nas sinaleiras a utilização de crianças para poder vender objetos, e nada disso é coibido pelo Estado. É necessário que a Copa do Mundo aconteça para que o Estado tome uma postura?
Ney Campello – Não, acho que é necessário que existam políticas públicas para solucionar esses dramas sociais que nós convivemos no Brasil há muito tempo, e que não foram todos eles superados. Nós somos uma cidade real e temos que mostrar ao mundo a cidade que somos. Eu sou absolutamente contrário à ideia de se colocar a poeira para debaixo do tapete, ou seja, tentar fazer uma espécie de saneamento da cidade só para o período da Copa. Se nós temos meninos nas ruas, ou eles sairão das ruas para uma oferta de educação, de creche, de políticas sociais ou eles estarão nas ruas, essa é a questão que está posta.
O processo de ocupação urbana em Salvador historicamente é um processo desordenado, é preciso uma nova concepção de planejamento urbano para esta cidade e esperamos que as eleições agora possam ajudar no debate e nas reflexões sobre esse assunto para que tenhamos uma cidade pensada não para cinco anos, mas uma cidade pensada em uma perspectiva de 20 anos.
O que já foi feito, infelizmente, dificilmente será corrigido, pode ser atenuado, nós não vamos agora, por exemplo, demolir todas as construções irregulares e favelas de Salvador, ali tem gente morando, o que se pode fazer é requalificar, dar melhores condições de habitabilidade. Tem uma política que para frente não se faça mais isso, garantir planejamento, fiscalização, para que essas situações não continuem se repetindo. De fato existem problemas e esses problemas devem ser enfrentados, não por conta da Copa, mas pela necessidade de termos a cidade naturalmente mais sustentável.
JGB – Secretário, a Arena Fonte Nova, as obras estão indo muito bem. Mas outros equipamentos, recuperações de praças, a obra do porto e aeroporto e a questão da mobilidade urbana não passam ainda discurso. Quando é que nós teremos efetivamente ações concretas?

Ney Campello – Não é verdade o que você está dizendo. O Porto de Salvador já está contratado, as obras já estão em curso e entregue em maio de 2013, portanto antes da Copa das Confederações, um belo porto, um terminal turístico novo, um terminal, uma integração do porto com a própria Arena Fonte Nova, então esse investimento no porto é realidade não é discurso.
O aeroporto a mesma coisa, nós já temos uma licitação quem virou contrato, tenho o nome das empreses, se você quiser, no caso do porto é a Top Service. Já existe uma execução de obra relacionada à segunda torre de controle aéreo, nós teremos a segunda maior torre de controle do Brasil, menor que o de Campinas apenas, e nós teremos o investimento de R$ 130 milhões que ao final dessas obras vão acontecer em dezembro de 2013, portanto antes da Copa de 2014, não vai valer para Copa das Confederações, mas vale para Copa 2014, 14 hotéis novos, ampliando até 2014 chegando a 70 mil leitos.
A gente tem ações na arena, no porto, na hotelaria, são ações em execução. Já começaram também as quatro rotas alternativas que serão concluídas antes das Copas das Confederações, que são rotas que virão do porto, até a Arena Fonte Nova, ampliação de passeio, piso tático, sinalização vertical e horizontal. O nosso drama, o nosso gargalo é a mobilidade, porque essa ainda está de fato em processo de consulta pública, de modo que eu acho que nós chegaremos em 2014 não com 100% do que queríamos, mas chegaremos bem.
JGB – Com relação à Feira de Santana, o senhor falou que pretende trazer para Feira uma estrutura similar a ‘FAN FEST’ que é promovida pela FIFA, mas esta seria promovida pelos entes governamentais, vamos aqui chamar de ‘Bahia Fã Fest’. Como o senhor avalia esse tipo de estrutura e o que o senhor acredita que poderá fazer com que o cidadão saia das casas para vir para o centro da cidade assistir a esses eventos?
Ney Campello – O estádio só tem 50 mil lugares e nós temos 14 milhões de habitantes no Estado, portanto nós temos que oferecer alternativas ao público que não estão dentro do estádio e os FAN FEST, essas exibições públicas tem esse efeito. Feira de Santana inventou a micareta, já faz festa de rua, o que precisa ter é um mix de oferta para esse público para que ele opte, ele não está obrigado a ir, mas pode ter aqueles que desejam, se tiver um bom show, uma boa grade de artistas interessantes na rua, que acontece antes e depois da transmissão, se colocarmos telões de alta definição, hoje trabalhar com essa hipótese como sendo real, hoje você fazendo uma transmissão a luz do dia, é como se você tivesse anoite em casa assistindo em uma tela LCD. Então com essas novas tecnologias, eu acredito que vai sim, atrair público. 

O que o estado vai fazer é pactuar com essas cidades, Feira é uma delas. No sentido de dotar essas cidades com infraestrutura, telão, segurança, saúde, em parceria com a prefeitura, o estado não pagará 100% disso, para fazermos grande exibições nas nossa cidades.



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